Pautas que ameaçam classe trabalhadora devem continuar sendo combatidas no Congresso

Acometidos por uma grave crise, a conjuntura política e o cenário econômico brasileiro exigem atenção constante da classe trabalhadora. São principalmente nesses momentos que direitos conquistados arduamente são mais ameaçados. Hoje, no Congresso Nacional, tramitam projetos que das mais diferentes formas tentam retirar direitos e promover retrocessos sociais. É preciso uma vigília permanente para impedir que uma política ilegítima que privilegia o Estado Mínimo prevaleça. No Congresso já estão sendo discutidos e há pressa de muitos parlamentares para que projetos polêmicos como o PLP 257/16 e a PEC 241/16 sejam aprovados sem o devido debate com a sociedade. Entre os impactos que a aprovação de propostas dessa natureza pode trazer está o nefasto congelamento de investimentos públicos pelas próximas duas décadas.

É inadmissível imaginar que essa e as futuras gerações sejam impactadas de modo tão perverso, lhes sendo negados direitos previstos por nossa Constituição. Apesar de serem considerados por especialistas dos setores político e econômico como um dos maiores retrocessos da história, esses projetos não são as únicas ameaçadas que devem ser enfrentadas pela população brasileira. As intenções claras de flexibilizar leis trabalhistas, da imposição de uma nova e profunda reforma da Previdência, a entrega de patrimônios nacionais estratégicos ao capital estrangeiro, todos esses riscos precisam e devem ser combatidos com a unidade e mobilização assertiva de trabalhadores de todas as esferas do setor produtivo.

É preciso de uma vez por todas que se rompa com a ideia de que a responsabilidade do pagamento da fatura dessa crise deve ser transferida exclusivamente à população. Inadmissível imaginar retrocessos sociais quando não se atacam problemas seculares e cruciais que minam nossa possibilidade de avanços. Para citar apenas dois fatores que devem ser combatidos: 1) a sonegação que retira anualmente de nosso orçamento bilhões que poderiam ser investidos no coletivo e 2) a dívida pública que leva quase a metade deste mesmo orçamento, da ordem dos trilhões de reais, somente para o pagamento de dividendos e juros. Além disso, o sistema político nos impede de garantir escolhas seguras e nos rouba a oportunidade de contar com governos verdadeiramente representativos, isso em todos os âmbitos, seja federal, estadual ou municipal.

É nosso papel reagir e defender os direitos que nunca nos foram dados, foram sempre conquistados. A luta seja na ordem do dia. Seja qual for o cenário, por mais adverso que pareça, sempre será nossa resistência um dos principais diferenciais do processo. Portanto, estejamos prontos e preparados a defender nossos direitos e reivindicar reconhecimento, como historicamente a classe trabalhadora sempre esteve disposta a fazer. Estejamos certos de que não há o que temer. Juntos somos fortes. Nenhum direito a menos. Nenhum passo atrás.