Sindsep-MT realiza na Funai ato pelo desaparecimento de Bruno e Dom


 
A imprensa internacional está perplexa. Muitos falam em retaliação ao governo Jair Bolsonaro, que desdenhou o ocorrido, numa fala sórdida afirmando que “Esse inglês era malvisto na região. Muita gente não gostava dele”, referindo-se ao jornalista Dom Phillips. No dia da sua morte, Bruno Pereira tinha intenção de levar para a PF provas de crimes praticados por pescadores ilegais, possivelmente financiados pelo narcotráfico, dentro da TI Vale do Javari.
 
ATO EM CUIABÁ – Assim como em várias cidades, servidores ativos e aposentados da Funai – Coordenação Regional de Cuiabá, convocados pelo Sindsep-MT, fizeram na manhã de ontem, 15, ato no estacionamento do órgão, pelo desaparecimento de Bruno e Dom. Em sua fala, Carlos Alberto de Almeida disse lamentar o sucateamento da entidade e pediu segurança aos servidores (uma equipe da Força Nacional está dando apoio), aos indígenas e fiscais do Ministério do Trabalho e Previdência e criticou a fala do presidente Jair Bolsonaro na qual disse que eles estavam ‘passeando’. “Isso acontece em qualquer lugar do mundo e que achava que até os dois sabiam do risco que corriam naquela região”, disse Bolsonaro
 
A manifestação contou com presença de Sebastião Moreira, o Tião do Cimi, que convidou a tod@s para na próxima terça-feira, às 17 horas, na Praça Alencastro, participarem do ato em solidariedade aos familiares das vítimas de mais este crime bárbaro e em apoio aos servidores da Funai. “Sabemos que o órgão está sofrendo um desmonte muito grande e a ideia é fazer um ato macro ecumênico, com pessoas que lutam pelas causas humanas.”
 
SITUAÇÃO GRAVE - “Esta dor que estamos vivendo com o desaparecimento de Dom e Bruno junto a seus familiares é uma situação que tem se agravado bastante nos últimos anos em terras indígenas”, disse Elias Bigio, ex-coordenador-geral de índios isolados e servidor aposentado da Funai. “O Bruno trabalhou por muito tempo como coordenador regional em Atalaia do Norte, administração responsável pelo Vale do Javari. Posteriormente foi coordenador de Índios Isolados e Recentes Contatos. Pediu licença da Funai e foi convidado para trabalhar na União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) onde estava capacitando índios para fazer vigilância e mapeamento da região. Hoje a situação lá é muito grave”, diz Elias.