Seguem os preparativos para que servidores de todo o Brasil se juntem a outros setores da sociedade civil organizada para uma intensa Jornada Nacional de Luta que acontecerá em Brasília entre os dias 7, 8 e 9 de abril. A jornada vai contar com uma série de atividades que vão incluir também um trabalho de força tarefa no Congresso Nacional. O objetivo será aproveitar a semana de mobilização e atividades de pressão para também buscar apoio e atenção de parlamentares a projetos que tratam de servidores e serviços públicos. Aproveitando a semana da jornada de luta que contará com a presença de representantes de todas as categorias da base da Condsef, a entidade elaborou um calendário que tem início no dia 8 com reunião do CDE (Conselho Deliberativo de Entidades), passa pelo dia 9 com uma plenária nacional e vai até o dia 10 quando a direção nacional da Condsef participa de um seminário sobre negociação coletiva. A princípio o seminário ocorreria no dia 6, no entanto, foi remarcado para acompanhar melhor o calendário de atividades da semana.
Todos os esforços de participação e mobilização serão fundamentais num cenário que tem se mostrado pouco favorável ao atendimento das demandas mais urgentes dos servidores. O primeiro encontro entre representantes dos servidores federais e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, ocorrido na última sexta-feira, 20, girou em torno da apresentação de intenções e expectativas de como se dará a condução dos diálogos entre trabalhadores e governo nesse segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. A audiência, convocada pelo próprio ministro, foi longa, mas não pautou efetivamente nenhuma demanda urgente da categoria. Entre comentários sobre a situação econômica e dificuldades em atender a pauta integral dos federais, o Planejamento apresentou proposta de uma agenda de negociações com início em maio podendo se estender até julho. Representantes dos servidores querem a revisão desses prazos pontuando a importância de se garantir o início imediato dos debates com prazo até junho para busca de consensos.
Apesar de nenhuma reivindicação ter sido tratada especificamente durante a audiência, o secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, destacou em sua intervenção a urgência de se revisar os valores dos benefícios, como auxílio-alimentação que teve seu último reajuste há anos e está estagnado em R$373 no Executivo. As entidades lembraram também as dificuldades que permearam os processos de negociação nos últimos tempos. O importante, neste caso, será assegurar autonomia aos representantes que o governo irá designar para conduzir esta tarefa de negociar com os representantes legítimos apontados pela maioria da categoria para compor esse processo.
Com todas as demandas colocadas, e pontuações feitas pelo ministro Nelson Barbosa e representantes de sua equipe, que sinalizam para a intenção de se reduzir a despesa de pessoal em relação ao PIB, hoje já bastante baixa (4,3%), os servidores devem seguir travando batalhas importantes para garantir investimentos adequados no setor público. Outros temas devem ser considerados nessa discussão como o grande problema provocado pelo superávit primário e uma dívida pública que merece ser auditada, além do debate sobre o combate a corrupção, taxação de grandes fortunas e a sonegação que sozinha, só no ano passado, ultrapassou R$ 500 bilhões que poderiam ter sido arrecadados com parte sendo investida em serviços públicos de qualidade para a população.
Frente às dificuldades já apresentadas, é fundamental garantir o reforço na luta em defesa de avanços e pelo atendimento das demandas mais urgentes dos federais. “Precisamos de unidade, promover assembléias por local de trabalho e unir forças para garantir negociações de fato e assegurar que servidores não sejam iludidos com o discurso do diálogo permanente”, pontuou Sérgio Ronaldo. “Precisamos dar uma resposta efetiva ao governo de que não vamos aceitar a imposição da culpa pela crise que não criamos e estamos lutando para combater”, acrescentou. Essa luta já tem dia, data e hora e acontece nos dias 7, 8 e 9 de abril durante a Jornada de Luta em Brasília. Não deixe de participar e exigir o respeito que os servidores e os serviços públicos merecem.
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