Tendo participado de quase 20 reuniões na Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento nas últimas semanas, a Condsef acompanhou com atenção as declarações dadas pelo ministro Nelson Barbosa e publicadas pelo jornal Valor Econômico (leia aqui) nesta sexta-feira, 12. Barbosa afirmou que o governo vai apresentar em duas semanas proposta de reajuste para todo o funcionalismo. Com as declarações, cresce a expectativa em torno de um retorno formal do governo para as diversas propostas apresentadas pela maioria dos servidores do Executivo Federal.
Os servidores esperam que os estudos e justificativas apresentadas sejam levados em conta pelo governo para corrigir problemas e atender as demandas consideradas mais urgentes pelo funcionalismo. Neste cenário de mobilização e unidade em torno de suas pautas emergenciais, servidores da base da Condsef realizam no próximo dia 25 um dia nacional de lutas com atos e paralisações em todo o Brasil.
O prazo de duas semanas anunciado por Barbosa coincide com a previsão dada pelo secretário da SRT, Sérgio Mendonça, em todas as reuniões realizadas com a Condsef. A partir desse calendário, a entidade que representa cerca de 80% do total de servidores do Executivo, agendou também uma reunião do seu Conselho Deliberativo de Entidades (CDE) e uma plenária nacional dos servidores de sua base que acontecem nos dias 26 e 27 deste mês, respectivamente.
Greve não está descartada – Um indicativo de greve para julho, aprovado por unanimidade na última plenária da maioria dos federais, está mantido e volta a ser discutido nessa próxima plenária. O ritmo de todo esse processo deve ser ditado pelo conteúdo dos retornos formais do governo. Um entendimento da maioria é de que não se pode permitir que a categoria seja mais uma vez penalizada com efeitos de um ajuste fiscal. Todos os dados mostram que nos últimos anos os investimento de pessoal - que já possuem critérios rígidos de limite previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal - estão mais que controlados.
A redução de investimentos no setor público acarretará consequências diretas na precarização ainda mais grave dos serviços públicos. Serviços esses que são foco constante de protestos por grande parte da população que pede qualidade e eficiência no atendimento público em saúde, educação, segurança, infraestrutura e tantos outros serviços essenciais que são obrigação do Estado fornecer.
É fundamental para este processo garantir o reforço na luta em defesa de avanços e pelo atendimento das demandas mais urgentes dos federais. A unidade é capaz de garantir negociações de fato e assegurar que servidores não sejam iludidos com o discurso do diálogo permanente. “Esperamos que este processo de negociação avance, mas precisamos estar prontos para dar uma resposta efetiva ao governo de que não vamos aceitar a imposição da culpa pela crise que não criamos e estamos lutando para combater”, pontuou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef.
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