Notícias de que o governo pretende leiloar a folha de pagamento dos servidores federais que têm circulado em diversos veículos de comunicação (veja aqui matéria do Correio Braziliense sobre o tema) chamam atenção e devem manter a categoria em alerta. Apesar de o Ministério do Planejamento informar que não há definição para que o leilão aconteça, o tema está em análise. A medida é duramente criticada pela Condsef que vê, mais uma vez, com essa intenção, o uso dos servidores como mercadoria e uma das principais vítimas de políticas de ajuste fiscal. Em tempos de crise, problemas como sonegação de impostos, a dívida pública, a injusta carga tributária que deveria ser objeto de uma reforma séria e outros que prejudicam a economia e deviam ser amplamente avaliados não ganham espaço no debate que deve ser feito com a sociedade.
Causa estranheza que os servidores públicos sejam sempre aqueles apontados como vilões do equilíbrio das contas públicas, enquanto tantos outros agentes interferem diretamente nesse processo. Rifar a folha de pagamento do servidor é apenas mais uma decisão arbitrária que não se pode tolerar. Assim como não se pode admitir que para alcançar metas de superávit primário que só atendem a um segmento específico de um mercado altamente especulativo, a sociedade pague a conta de abusos cometidos e que levaram a uma crise que nada tem a ver com a classe trabalhadora. Há que se ter atenção a esse cenário. A Condsef vai acompanhar e encomendar análises aprofundadas dos significados deste leilão da folha de pagamentos para o servidor público.
A crise econômica e política que o país atravessa tendem a se agravar caso o governo insista em seguir adotando ações que privilegiam minorias ricas enquanto sobretaxa a maioria menos favorecida com a imposição de um ajuste que só penaliza a classe trabalhadora. Soma-se a isso, o aumento sucessivo de preços e impostos sem se importar em devolver ao povo serviços públicos de qualidade. Esse não pode ser o caminho escolhido pelo governo que, apesar das dificuldades avistadas e reconhecidas, continuou contando com o apoio da maioria da classe trabalhadora, parcela da população que sabe e irá cobrar com mobilização e luta os compromissos firmados com ela.
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