Com a determinação do governo em condicionar avanços nos processos de negociação a aceitação de proposta de reajuste de 21,3% dividida em 4 anos e já rejeitada pela maioria, servidores promoveram nesta quarta-feira um dia de mobilização com paralisações em todo o Brasil. Em Brasília, mais de 5 mil servidores de diversas categorias das Três Esferas marcharam pela Esplanada dos Ministérios. A atividade, convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasef) e que abre caminho para uma greve geral no setor, terminou em frente ao Palácio do Planalto onde uma comissão de representantes das 22 entidades que compõem o fórum foi recebida na Secretaria-Geral da Presidência da República. Assessores do ministro Miguel Rossetto, que estava viajando, se comprometeram a levar a demanda dos federais até seu conhecimento. A categoria pede intervenção junto ao Ministério do Planejamento para que o processo de negociações saia do impasse que se instalou. A expectativa é de que uma nova reunião na Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) seja confirmada para tentar encontrar um denominador comum neste processo de diálogo.
Sem propostas concretas, apenas verbais, e num cenário de incertezas, algumas categorias já deram a partida para a greve como é o caso dos servidores do INSS, professores e técnicos das universidades federais, categorias do Judiciário, além de outros setores prontos para adesão ao movimento. Servidores da base da Condsef, 80% do total de servidores do Executivo Federal, aprovaram greve a partir de segunda, 27. Um comunicado informando a decisão da categoria já foi enviado a todos os órgãos competentes, incluindo os ministros de todos os ministérios (veja aqui ofício padrão). A decisão só se reverteria caso o governo apresentasse proposta formal levando em conta o conjunto de demandas apresentadas, sem condicionar o processo de negociações a apenas um item em debate. Os servidores estão dispostos a discutir uma proposta com a redução do prazo de quatro anos que está sendo imposto pelo governo.
Além de continuar contando com a apresentação de propostas concretas para outras pautas urgentes apresentadas, a categoria espera que nesse processo o governo leve em consideração também o índice de inflação apontado para este ano e que já gira em torno de 9%. A preocupação é que a categoria não continue amargando perdas salariais que já foram sentidas no último reajuste de 15,8% concedido ao longo de três anos (2013-2014-2015). Esse percentual, inclusive, já foi descontado pela categoria quando solicitou reajuste de 27,3% para 2016 para repor perdas acumuladas nos últimos anos, com 2% de ganho real.
O debate entre os servidores e também a unidade da categoria são fundamentais nesse momento. É determinante garantir o reforço na luta em defesa de avanços e pelo atendimento das demandas mais urgentes dos federais. Somente a unidade e uma pressão intensa serão capazes de garantir avanços esperados pela maioria. É preciso que a categoria esteja pronta para dar uma resposta efetiva ao governo de que não será aceita a imposição da culpa pela crise que não foi criada pelos trabalhadores.
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