Servidores promoveram um dia intenso de atividades nesta quinta-feira, em Brasília. De manhã milhares participaram de uma marcha na Esplanada dos Ministérios e a tarde um grupo seguiu para o Palácio da Alvorada onde teve início uma vigília na tentativa de abordar a presidente Dilma Rousseff e sensibilizá-la quanto à necessidade de destravar as negociações entre governo e servidores que se encontra em um impasse. De um lado a Secretaria de Relações do Trabalho (SRT) do Ministério do Planejamento continua mantendo um índice de 21,3% dividido em quatro anos, apresentado e já rejeitado pela maioria dos servidores. De outro, servidores querem que governo considere perdas inflacionárias passadas e não futuras e reveja o prazo, considerado muito extenso. Há também entrave, já que outros itens que interessam a categoria, como reajuste em benefícios, mudança em regras na gratificação para fins de aposentadoria, e outros, estariam condicionados a aceitação do índice rejeitado.
Este impasse está levando os servidores a construir um processo de mobilizações com paralisações que já atingem categorias como INSS, administrativos e professores das universidades, servidores do judiciário e vem se ampliando. Na base da Condsef, que concentra a maioria dos servidores do Executivo Federal, categorias como Incra, Ibama, Ministério da Saúde, Funasa, Iphan, Dnocs, Agricultura, Ministério do Trabalho e Emprego e outros, reforçam esse movimento. Até agora, há registro de paralisações em pelo menos 15 estados (AC, AP, CE, MG, MT, PA, PR, RJ, RN, RO, RR, SC, SE, TO e SP).
A partir desta sexta, 7, a SRT confirmou um calendário de reuniões que vão até o dia 11 de agosto. Na pauta estará o retorno do governo as diversas demandas específicas dos setores da base da Condsef, apresentadas entre maio e junho. Entre as categorias estão a dos anistiados, Area Ambiental, administrativos da AGU, C&T, Dnit, Abin, FNDE e Inep, Imprensa Nacional, INPI, Funai, Pecfaz, Cultura, Area Agrária, PCCTM, IEC e Suframa. Se repetir o discurso adotado em reuniões que abordariam pautas específicas dos servidores do Inmetro, Agências Reguladoras, DNPM, PGPE, CPST e correlatas a frustração estará garantida. Em reuniões na semana passada a SRT reafirmou a proposta apresentada ao conjunto dos federais: o índice de 21,3% dividido em quatro anos. A SRT acrescentou que no atual cenário de crise, o governo tem dificuldades para atender as pautas específicas e a pauta geral ao mesmo tempo.
Cenário segue incerto – O Planejamento poderá repetir o discurso adotado na semana passada e apresentar apenas retorno sobre as propostas do governo para o conjunto dos servidores. Isso manterá inalterado o impasse instalado no processo de negociações. Para a Condsef está claro que o cenário exige que os servidores intensifiquem o processo de mobilizações se quiserem conquistar avanços e destravar o impasse que se instalou. A expectativa é seguir pressionando para que os entraves nesse processo de negociações sejam desfeitos. Com o tempo limitando cada vez mais o processo de negociações, somente um intenso movimento de unidade e pressão poderá mudar essa lógica imposta pelo governo.
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