Como parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, cerca de 1000 famílias de todos os estados da região centro-oeste e Distrito Federal ocuparam, nesta madrugada (25), a fazenda do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), localizada em Rondonópolis, a 210 quilômetros da capital Cuiabá.
Conhecido como “Rei da Soja”, Maggi é dono de um grande império econômico, o grupo Amaggi, e envolvido em conjunto de denúncias de uso das legislaturas, como o de senador, para legislar em causa própria e para o fortalecimento das empresas de agronegócio. No ano de 2006 o Greenpeace lhe concedeu o prêmio Motosserra do ano, por elevados danos ao meio ambiente. Blairo também estava envolvido em eventos ainda não esclarecidos como a interceptação pela Força Área Brasileira (FAB) de uma aviação que transportava 500 quilos de cocaína. Segundo a FAB, a aeronave decolou da Fazenda Itamarati Norte, localizada no município de Campo Novo do Pareceis (MT). A fazenda pertence ao grupo Maggi.
Jornada Nacional de Luta
Para reposicionar a pauta da luta pela terra e pela Reforma Agrária e denunciar o conjunto de retirada de direitos em curso pelo governo de Michel Temer (PMDB), o MST realiza a partir do dia 25, em alusão ao Dia do Trabalhador Rural, comemorado na mesma data, a Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária. “Estamos mobilizados, para denunciar e lutar contra esse governo Temer que junto a bancada ruralista estão loteando o Brasil para os estradeiros e de montando a reforma agrária, privatizando os lotes e legalizando a grilagem de terra, grilagem é crime e eles querem legalizar o crime”, denuncia o membro da coordenação nacional do MST, Alexandre Conceição.
O dirigente faz referência ao conjunto de ações articuladas entre Executivo e Legislativo para favorecimento de setor do agronegócio. Bancada majoritária no Congresso Nacional, com mais de 250 parlamentares, e um dos pilares de sustentação do governo Temer, expoentes deste setor vinculados à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) foram os artífices da aprovação de projetos como a Medida Provisória 759 e a conclusão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que a atuação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Fundação Nacional do Índio (Funai) na destinação de terras para a reforma agrária e na demarcação de terras indígenas e de remanescentes de quilombos. Ambas medidas visam a criminalização de movimentos de luta pela terra e ganhos ao grande capital atuante nas terras brasileiras, por meio do grilo e terras e anistia à dividas de grandes proprietários, e devem amplificar um clima de convulsão social no campo.
“Estamos lutando pela desapropriação de terras para assentar as mais de 130 mil famílias e nela produzir alimento saudável na agroecologia e gerar empregos no campo”, complementa o dirigente.
Confira nota emitida pelos manifestantes.
Nota da região Centro-oeste
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra-MST iniciou nessa manhã do dia do trabalhador rural mais uma jornada nacional de luta pela Reforma Agrária com o lema “corruptos, devolvam nossas terras”! No estado do Mato grosso famílias de Sem Terras de diversas regiões ocuparam um grande latifúndio na região sul do estado.
A área é um dos latifúndios do Grupo AMAGGI (SM 02) e está localizada nas margens da BR 163 em torno de 25 KM da Cidade de Rondonópolis sentido Campo Grande próximo do terminal da ferrovia Norte Sul.
A luta por Reforma Agrária está intimamente vinculada, neste contexto, à luta pelo restabelecimento da Democracia, golpeada por uma conspiração muitas vezes realizada nas sedes de ricas fazendas. A partir do Golpe midiático-parlamentar-judicial-financeiro, a atmosfera de recrudescimento de forças conservadoras tomou o país,estourando sobre o elo frágil do camponês afastado do alcance do Estado nos rincões do país. Os assassinatos no campo saltaram para 68 vítimas somente em 2017, incluindo13 jovens, 6 mulheres, 13 indígenas e 4 quilombolas.
Além das ocupações de fazendas para cobrar sua destinação para a Reforma Agrária, o MST se coloca em vigília pela Democracia até o dia 2/08, quando será julgada pela Câmara de Deputados a denúncia de corrupção contra o golpista Temer.
O complexo AMAGGI está comemorando quarenta anos de atuação em Mato Grosso. Durante esse período tem deixado marcas profundas no desenvolvimento do campo mato-grossense como a concentração da propriedade da terra, a destruição ambiental tendo sido homenageado pelo motosserra de ouro, a exploração de pequenos e médios produtores por serem obrigados a comercializarem a produção em função do financiamento e transporte concedido pelo grupo.
A família Maggi, segundo a revista Forbes de 2014,ocupava o sétimo lugar no ranking entre as famílias mais bilionárias do Brasil com uma fortuna estimada em 4,9 bilhões de dólares. Quanto a origem dessa fortuna há várias possibilidades, entre elas, a apropriação indevida de recursos públicos tendo em vista o forte poder econômico e político que o grupo AMAGGI exerce sobre a política local e nacional, bem como da apropriação de terras públicas como é a situação da fazenda Nossa Senhora Aparecida no município de Jaciara. Ainda necessita de esclarecimento mais consistentes sobre o avião apreendido com mais de meia toneladas de drogas, que segundo a FAB, decolou da fazenda Itamarati de propriedade do Ministro Blairo Maggi, gerando no mínimo suspeitas sobre o envolvimento do atual ministro já que nos últimos tempos o “agroédroga” o agro é sinônimo de corrupção.
O Maggi mais conhecido é Blairo Maggi, senador e o atual ministro da agricultura do presidente golpista Michel Temer. Blairo exerce a função de ministro para garantir o as condições necessárias para o desenvolvimento das suas fazendas e do agronegócio. Entre as principais ações se destacam apoio para autorizar a venda de mais veneno para usar na agropecuária, redução das áreas de preservação ambiental como é o caso da Reserva do Jamanxim no estado do Para.
O Ministro tem apoiado através da bancada ruralista no senado e da maioria da bancada federal do estado do Mato Grosso as contrarreformas trabalhistas e previdenciária provocando um retrocesso histórico nas condições de trabalho e previdenciária da classe trabalhadora. A proposta da contrarreforma previdenciária rural propõe aumentar o tempo de idade dos trabalhadores/as do campo em mais cinco anos para homens e mais dez anos para a mulheres se aposentarem. Para coroar a sua opção de classe pelo grande proprietário de terra o ministro fez uma forte aliança o governo Temer para barganhar um conjunto de medidas em defesa do latifúndio como é o caso MP 759 que tem como finalidade principal regularizar a grilagem de terras e ampliar o mercado de terras usando a titulação definitiva dos assentamentos.
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