O motivo está na ausência de avanços no processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que desde o início do ano tentam chegar a um acordo com a empresa, sem sucesso. A data base da categoria é 1º de março. Para a Condsef/Fenadsef e o Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Mato Grosso (Sindsep-MT), os gestores querem ganhar tempo para que a reforma trabalhista entre em vigor, em novembro, para, então, revogar os direitos acordados no ACT atual e não fechar o ACT 2017/2018.
A demora no processo que se arrasta desde dezembro não é o único fator. Na última reunião dos empregados com a empresa, os representantes da Ebserh disseram não a todas as cláusulas econômicas e sociais presentes na proposta da categoria que não pretende aceitar a redução de benefícios conquistados no ACT vigente.
Segundo o presidente do Sindsep-MT, Carlos Alberto de Almeida, as negociações iniciadas em dezembro foram frustradas pois a empresa afirma que teremos zero de aumento este ano e que ainda poderá cortar benefícios conquistados. “Nós protocolamos nossa pauta em dezembro seguindo todas as normas legais mas o governo se nega a abrir negociação sob a alegação que a Emenda Constitucional 95/16 congela investimentos públicos pelos próximos 20 anos. Mais uma vez nós somos os bodes expiatórios desta crise institucional e política onde todo dinheiro está indo para a corrupção e nós não vamos aceitar pagar esta dívida”.
Ainda segundo Carlos Alberto, na última plenária dos servidores públicos federais foi decidido dar início imediato a uma grande campanha nacional pela revogação imediata da EC 95/16 , da reforma trabalhista e da terceirização sem fim. “Se o governo federal seguir à risca a EC 95, nós vamos ficar 20 anos sem ter aumento salarial pois esse grupo político que tomou o país de assalto, não tem interesse nenhum em defender o trabalhador. Eles estão lá exclusivamente para defender os interesses do grande empresariado, perdoando dívidas de bilhões e mais bilhões enquanto diminui o salário mínimo. Não dá para a gente pagar uma conta que não é nossa.”
A funcionária da Ebserh, Sandra Cristina Ribeiro, que participou das últimas negociações com a empresa em Brasília, disse que enquanto se discutia as cláusulas sociais no início do ano, estava indo bem, “mas quando se iniciou em junho a pauta das cláusulas econômicas, para a nossa surpresa, tudo o que nós tínhamos avançado no começo do ano nos foi negado, assim como a parte econômica com reajuste zero. E houve ameaça por parte do governo, dizendo que não tem nada a nos oferecer e ainda têm que cortar gastos e que se for preciso vão tirar benefícios concedidos”.
Para Sandra," infelizmente, como todos os acordos com a Ebserh, estamos caminhando para um novo dissídio coletivo". Ao final da assembleia foi composta a Comissão de Greve com seis empregados da empresa.
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