“O Congresso Nacional eleito nesse último domingo é o pior dos últimos tempos. Mais conservador e anti-servidor público que o atual”, garante o diretor do Departamento Intersindical de Assessoramento Parlamentar (Diap), Antônio Queiroz. Embora o PT tenha conseguido o maior número de parlamentares nas duas casas, o partido teve, na Câmara dos Deputados, uma redução de cinco cadeiras e vai cair de 61 para 56 em 2019. O PSL, partido até então inexpressivo do presidenciável Jair Bolsonaro, subirá de oito para 52 vagas na Câmara, desbancado legendas tradicionais de direita, articuladoras do golpe, como o PSDB e MDB, que encolheram significativamente.
Antônio Queiroz avalia que muitos trabalhadores e servidores públicos, de forma específica, votaram motivados pelo descrédito, ódio e anti-petismo. “Eles devem se frustrar e vão pagar um alto preço por isso”, acredita o diretor do Diap. Para ele, o serviço público e a classe trabalhadora em geral tem muito a perder com o próximo Congresso.
Para ter uma dimensão das possíveis perdas para a classe trabalhadora, Antônio Queiroz pontuou algumas delas: venda das estatais, pre-carização do serviço público, reforma da Previdência e reforma Administrativa. Os servidores federais, por sua vez, devem perder a estabilidade, ter aumento na contribuição previdenciária e permanecer com os salários congelados, com possibilidade de redução do número de carreiras e a revisão de uma série de conquistas.
O cenário é devastador e para Antônio Queiroz pode se agravar ainda mais com o resultado do segundo turno das eleições presidenciais. “A diferença entre os dois candidatos é bem simples. Bolsonaro defende o Estado Mínimo e Fernando Haddad o Estado de Bem Estar Social”, explica.
“Bolsonaro não tem compromisso com a classe trabalhadora. Num eventual governo dele, se tiver reforma, elas terão uma ruptura maior do que possíveis reformas de Haddad. Numa reforma da Previdência, por exemplo, sem regras de transição ou manutenção de qualquer direito”.
“A situação é ruim e pode piorar, por isso nós, servidores públicos, temos uma responsabilidade muito grande nas nossas escolhas. Vamos votar conscientes no próximo dia 28. O que está em jogo é a nossa democracia, nosso serviço público e a nossa soberania nacional”, alerta o diretor do Sindsep-PE, Fernando Lima.
BANCADA DE PE
No Estado, a bancada da classe trabalhadora avançou, com destaque para a eleição do presidente estadual da CUT, Carlos Veras, para deputado Federal (PT), que estará na Câmara com a também petista, Marília Arraes. No campo progressista vale frisar outros nomes importantes eleitos ao Congresso como o senador Humberto Costa (PT), Renildo Calheiros (PCdoB) e Wolney Queiroz (PDT).
“Hoje temos muita dificuldade de encontrar parlamentares que defendam a pauta do movimento sindical. A eleição de Carlos Veras e demais companheiros é um significativo avanço para garantirmos o atendimento de nossas demandas no Congresso Nacional”, lembra o secretário geral do Sindsep-PE, José Felipe Pereira.
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