A fome avança no Brasil e no mundo. Com o País enfrentando esse problema, empregados da Conab (Companhia Nacional de Abastacimento) estão no movimento em busca de apoio para fortalecer órgão. Nessa segunda-feira, o secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva, acompanhado do presidente do Sintsep-AL, Jorselson Veras, esteve em Maceió (AL) onde aconteceu na Associação dos Municípios Alagoanos (AMA) um debate amplo e ato em defesa da Conab. A atividade reuniu deputados, vereadores, prefeitos de quase todos os municípios do estado de Alagoas e vários empregados da Conab que também tem enfrentado um processo difícil de negociação do seu Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2019/2020.
Um dos reflexos mais trágicos da crise econômica e política por aqui, agravada especialmente a partir de 2016, é justamente o aumento da fome. Mais de 5 milhões de brasileiros voltaram a enfrentar o problema. O último relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) aponta que esse é o terceiro aumento seguido que vem acompanhado de outro indicador cruel para a sociedade: o aumento da desigualdade. O Brasil atingiu o pior momento de sua série histórica. Dados do estudo "A Escalada da Desigualdade", lançado na quinta, 15, pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
É nesse contexto que servidores que atuam diretamente em políticas públicas que auxiliam no combate a esses números vem sofrendo com cortes orçamentários, ataques e ameaças, inclusive de extinção. É o caso da Conab. Para o presidente do Sintsep-AL, entidade filiada à Confederação, o enfraquecimento da Conab auxilia nessa triste estatística do aumento da pobreza e da fome. "A proposta desse governo de precarizar e possivelmente extinguir a Conab nos preocupa por justamente ser o órgão que trabalha a segurança alimentar no País", ponderou.
Veras defende que não apenas os trabalhadores, mas também a instituição deve ser defendida. "Promovemos aqui um debate político para evitar que o governo tome essa posição de precarizar um órgão tão importante. Não torcemos para que o governo Bolsonaro dê errado, pois se der quem dá errado é o Brasil", pontuou. Mas para ele é preciso ter claro que não se pode organizar o País atacando e quebrando instituições importantes e projetos fundamentais ao Brasil.
Essa foi a mensagem central levada à AMA. A intenção é promover um abaixo-assinado em defesa da Conab e enviá-lo não só aos 102 municípios de Alagoas, a bancadas parlamentares no Congresso Nacional, mas expandir a ação a todos os estados e municípios brasileiros. O alerta foi recebido pelos presentes que lotaram o auditório da AMA. Prefeituras e municípios perdem muito com o enfraquecimento da Conab. Não por acaso quase todos os prefeitos do estado de Alagoas estiveram na atividade em defesa da estatal.
"A compra da produção de pequenos produtores, atuação em campanhas sociais e distribuição de alimento são ações centrais desenvolvidas pela Conab, um tabalho essencial para levar comida e dignidade não só aos cidadãos de Alagoas, mas a milhões de brasileiros", lembrou o secretário-geral da Condsef/Fenadsef. Sérgio Ronaldo destacou que há por trás do enfraquecimento da Conab uma atuação de setores do agronegócio que encaram a companhia como concorrente direta. "É preciso defender e cobrar que o Estado garanta políticas públicas, principalmente à população mais vulnerável desse País", destacou.
A expansão desse movimento em defesa da Conab será conduzida e incentivada pela Condsef/Fenadsef e todas as suas filiadas. A Confederação quer seguir num diálogo aberto e permanente com a população brasileira, mostrando que o setor público não quebra a economia como há tempos existe o discurso que tenta tornar também a figura do servidor público a de um grande vilão. "Nosso desafio é combater esse discurso junto a sociedade e mostrar que somos aliados e trabalhamos não só no atendimento, mas na promoção e no fortalecimento de políticas públicas de bem estar social. E isso, não se pode esquecer nunca, é um dos deveres do Estado", resumiu Sérgio.
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