Segunda-feira, 23 de  dezembro de  2024 

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NOTA DE REPÚDIO

O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Mato Grosso (Sindsep-MT) vem a público repudiar o pronunciamento do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, em cadeia nacional para rádio e televisão, sobre o coronavírus (Covid-19), que segundo ele, há um superdimensionamento da pandemia e que não passa de uma simples “gripizinha” ou “resfriadinho”.

Em mais um daqueles ataques desnecessários, que praticamente virou rotina, o presidente criticou as medidas de contenção implantadas pelos estados e municípios e pediu para que as pessoas voltem ao trabalho e os estudantes para as salas de aulas, sacrificando a todos nós. E voltou a depreciar a imprensa por, segundo ele, “espalhar histeria para o país".

Estas autoridades estão seguindo, acertadamente, a recomendação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) e que deveria ter a liderança do mais alto-comando da nossa República, mas ao que parece o cargo está vago no momento. Outras personalidades, nacionais e internacionais, ficaram perplexas e emitiram notas criticando a insanidade do presidente.

A postura paradoxal do presidente diante da pandemia do coronavírus motivou um grupo de advogados a pedir ao MPF do Distrito Federal, pasmem, que seja interditado e feita uma avaliação psiquiátrica de Bolsonaro. Ainda conforme a ação, a conduta do presidente demonstra “considerável grau de desorientação e confusão psíquica”.

O grupo de risco é pessoas com mais de 60 anos, hipertensos e diabéticos e ele questiona por que fecharam as escolas. Só podemos crer que não esteja bem informado, pois sabe-se que pessoas que foram infectadas pelo Covid-19 não necessariamente tenham sintomas mas são potenciais transmissores. O distanciamento social é fundamental para conter a propagação do vírus quando entra na fase de transmissão comunitária como é o nosso caso.

Países que estão chegando a conter a pandemia só estão conseguindo através da quarentena já que não existe nenhum tipo de remédio ou vacina. A Itália que também “brincou” com a pandemia hoje empilha mortos. Sabemos que o isolamento social afetará empregos e consequentemente o sustento das famílias. Mas isso pode ser revertido. Já a morte...

Assim disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus sobre o pronunciamento de Jair Bolsonaro: "Entendemos o peso da situação nos sistemas social e econômico, mas o foco primeiro deve ser salvar vidas”. Precisa dizer mais?

O Brasil está numa curva crescente de casos, com transmissão comunitária do vírus e o número de infectados está dobrando a cada três dias. A pandemia é grave. Os últimos números registrados até ontem, sexta-feira, dia 27, foram mais de 3.417 casos confirmados e 92 óbitos. Dados do Ministério da Saúde. Será que não é o bastante para comover Bolsonaro?

Por fim, parabenizamos os profissionais da saúde, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas que estão trabalhando arduamente nos hospitais e unidades de saúde em todo o país e em alguns casos dobrando, triplicando o plantão. E como eles(as) mesmo dizem nas redes sociais: “Nós estamos aqui por vocês. FIQUEM EM CASA por nós”.

                       Carlos Alberto de Almeida
                       Presidente do Sindsep-MT

 

 

 

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