Segunda-feira, 23 de  dezembro de  2024 

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HUJM: mais 5 trabalhadores testam positivo para a Covid-19

Situação tensa no hospital com 45 casos notificados sendo que 13 foram confirmados e 21 continuam sob investigação. Esta noite foi internado o primeiro paciente com suspeita do vírus.

O Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) confirmou ontem mais 5 casos para Covid-19 entre trabalhadores e residentes daquele estabelecimento. No início desta semana foram 8 os infectados que segundo a direção, foram inicialmente contraídos fora do hospital. Agora são 13 casos confirmados entre os profissionais sendo 7 recuperados e 6 em isolamento domiciliar. A maioria é do sexo feminino (12) e 1 do sexo masculino com média de idade de 41,5 anos. Apenas 1 com 60 anos ou mais. Há ainda 21 casos em investigação sendo 16 aguardando o resultado do exame e 5 sem coleta do material. 11 casos foram descartados.

Na quinta-feira, 16, o Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso (MPT-MT), através da procuradora Tathiane Menezes do Nascimento, conseguiu liminar contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a Universidade Federal (UFMT) determinando o afastamento de todos os profissionais da saúde acima de 60 anos. O HUJM tem que apresentar um cronograma em 10 dias detalhando o afastamento e a substituição destes trabalhadores podendo acarretar multa de R$ 5 mil.

A procuradora ressalta a ausência de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados e pela ausência de materialidade do Fluxo de Atendimento e do Plano de Contingenciamento apresentado pelo HU. O MPT constatou que os profissionais da saúde, mesmos realocados, continuam usando o mesmo ambiente de trabalho, correndo o risco de se contaminarem ou contaminarem os demais colegas, como tem ocorrido. Sem contar os pacientes que por ali transitam.

O HUJM está inserido no Plano Estadual de Contingência do novo vírus como centro de referência para casos graves com doenças respiratórias e os pacientes são encaminhadas através da regulação estadual.

Esta madrugada foi admitido o primeiro com suspeita da Covid-19.

AMBIENTE TENSO – Mesmo tendo o MPT determinado que o HUJM forneça equipamentos adequados e em quantidade suficiente, os trabalhadores dizem que trabalham sob tensão pois todos os setores só podem pegar 1 caixa (50 unidades) de máscara cirúrgica por dia e usar 1 máscara por plantão, mas muitos não obedecem a regra porque ela fica úmida e deformada no rosto. Alguns médicos conseguiram comprar a N95, mas a maioria usa a fornecida pelo hospital.

Em entrevista feita através de aplicativo, o representante dos empregados da Ebserh e diretor da Secretaria de Empresas Públicas da Condsef/Fenadsef, Ricardo Abel, recomendou que fossem aplicados testes em todos os trabalhadores da empresa para identificar quem pode ir para a linha de frente contra o vírus. “O problema é que nos primeiros casos nem havia o kit para exame. Para teste rápido ainda não há. Só o PCR, através do sangue e daquele chamado de swab que é aquele colhido o material através das narinas e da garganta com bastonete estéril grande”, diz um trabalhador que prefere não ser identificado, por razões óbvias.

Recentemente foi feito um treinamento com os profissionais que atenderão diretamente os suspeitos e confirmados, com todos os equipamentos de proteção como luvas, máscara N95, avental impermeável, óculos, toucas e viseira. Também ontem foram inaugurados os primeiros 8 leitos de UTI com todos os equipamentos necessários. Esta ala terá 20 leitos.

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