Foi realizada no dia 13 em Sinop, norte de Mato Grosso, audiência pública sobre a PEC 32/2020 na Câmara de Vereadores. Mediada pela vereadora Graciela Marques dos Santos (PT), a reunião teve duração de pouco mais de quatro horas e ainda contou com um problema técnico na transmissão ao vivo, causando transtorno, já que muitas pessoas estavam assistindo virtualmente. Graciela pediu desculpas “por este erro quase imperdoável considerando que nós temos condições de ter recursos necessários para não ter este tipo de problema.”
Devido à pandemia, foi seguido o protocolo de biossegurança com redução da plateia e uso obrigatório de máscaras e álcool em gel. A vereadora agradeceu o presidente do Sindsep-MT a parceria para a realização da audiência e pelos materiais impressos sobre a Proposta de Emenda à Constituição que visa acabar com os serviços públicos, consequentemente com os serviços gratuitos ofertados, principalmente à população carente.
Pela plataforma Zoom, participaram os deputados estaduais Lúdio Cabral e Valdir Barranco, ambos do Partido dos Trabalhadores. Quanto aos federais, tiveram a oportunidade de falar a deputada Rosa Neide (PT), Valtenir Pereira (MDB) e Emanuel Pinheiro (PTB), que ratificaram votos contra a reforma Administrativa conforme vídeos produzidos no início de julho pela assessoria de imprensa do sindicato e publicados no nosso site. Para conferir acesse: Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Mato Grosso - Reforma Administrativa (sindsepmt.org.br)
Presencialmente compareceu o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso, Henrique Lopes, Valdeir Pereira, presidente do Sintep-MT, Carlos Alberto de Almeida, presidente do Sindsep-MT, Sérgio Ronaldo da Silva, da Condsef/Fenadsef, Max Leno, do Dieese, Roberto Arruda, presidente do conselho do Fundeb, Lélica Elis Pereira Lacerda, professora da UFMT, Raquel de Brito Souza, do Andes/UFMT.
Quer assistir? Clique no link: Condsef/Fenadsef e Sindsep-MT participam de audiência sobre PEC 32 em Sinop - CONDSEF
Em sua fala, Carlos Alberto de Almeida, criticou a falta, presencial ou virtual, do deputado federal Juarez Costa (MDB), da cidade de Sinop. “Apesar de estar na região dele, eu tenho que qualificar que está com medo de olhar no olho do trabalhador porque ele disse era contra essa PEC 32 e que faria um vídeo sobre isso, mas até agora não fez”, disse o presidente do Sindsep-MT. Vale ressaltar que na CCJ da Câmara Federal, o parlamentar votou contra a PEC 32.
Por videoconferência participaram, Luiz Wanderlei, do Sintesmat, Larissa Pompermayer Ramos, diretora da UJS, Helder Molina, professor da Uerj, Domingos Sávio, professor da Unemat.
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Ataques da direita – A vereadora Graciele, que propôs a audiência e a docente da UFMT, campus Cuiabá, Lélica Lacerda, sofreram duros ataques da direita nas redes sociais, distorcendo o contexto da intervenção realizada pela professora universitária, que traçou o processo histórico da colonização de Mato Grosso, em especial a cidade de Sinop, com crítica ao latifúndio, racismo estrutural e ao agronegócio.
Na sessão desta segunda-feira, 16, as professoras foram ameaçadas de processo judicial inclusive de “racismo reverso”, como se os brancos tivessem sido submetidos ao mesmo período de privações. Segundo o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), em matéria publicada no Uol, o termo em inglês "aversive racism" (ou "racismo aversivo", que também pode ser traduzido como "avesso"), cunhado pelo ensaísta Joel Kovel na década de 1970 para explicar como brancos rejeitavam a ideia do racismo na teoria, mas eram racistas na prática.
Um dos casos emblemáticos sobre “racismo reverso” aconteceu com a Magazine Luiza, ao anunciar a contratação de negros para o programa de trainee. Enquanto alguns elogiavam a iniciativa da empresa de corrigir a desigualdade racial, onde somente 30% ocupam cargos de chefia apesar de serem maioria da população, do outro lado houve os que consideraram a ação de crime de “racismo reverso”.
Na publicação da BBC News, especialistas disseram que a decisão do Magazine Luiza de contratar apenas funcionários negros como trainees em 2021 se enquadra no que chamam de "ação afirmativa", ou seja, que visa a combater os efeitos acumulados de discriminações ocorridas no passado.
Eles argumentam que medidas como essas têm por objetivo tentar eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento.
A direção do Sindsep-MT se solidariza com as professoras Graciele e Lélica e condena veementemente os ataques da direita ultraconservadora que ferem o direito e liberdade de expressão. Ditadura nunca mais!
VEJA ALGUNS DEPOIMENTOS SOBRE A AUDIÊNCIA PÚBLICA:
A Condsef/Fenadsef promove uma plenária nacional da maioria dos servidores federais no próximo dia 7 de agosto. Confira a convocatória. Na pauta estará em discussão a agenda de luta e encaminhamentos definidos no Encontro Nacional do Setor Público que aconteceram nessa quinta, 29, e sexta, 30, e reuniram mais de 5 mil servidores federais, estaduais e municipais de todo o Brasil.
O manifesto e encaminhamentos tirados no encontro são fruto do esforço de construção e de um amplo processo de unidade das centrais sindicais CUT, CSP-CONLUTAS, CTB, PÚBLICA, CGTB, UGT, Força Sindical, Intersindical Central da classe trabalhadora, NCST – Nova Central, CSB, Intersindical - Instrumento de luta e organização da classe trabalhadora, além de outras entidades representativas do movimento de trabalhadores e trabalhadoras como FONASEFE, Movimento BASTA, UPB – União dos Policiais do Brasil, e também da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público.
Um ato no dia 3 de agosto e uma greve geral do setor público no dia 18 de agosto estão apontados.
Assembleias na base de cada categoria deverão começar a ser convocadas e realizadas imediatamente. O objetivo é dialogar com os servidores, aprovar e organizar a greve geral do setor público.
>> Confira a íntegra do manifesto
A CUT e as demais centrais sindicais estão convocando todas as categorias de trabalhadores e trabalhadoras para atos em todos o país no dia 18 de agosto, dia em que a luta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 32, da reforma Administrativa, será marcada por greve de setor público municipal, estadual e federal em todo o Brasil, de acordo com o presidente da CUT, Sérgio Nobre.
Além da greve, a ação dos servidores contra a reforma tem pressão nas bases dos parlamentares e em Brasília. Nesta terça-feira (3), eles farão uma mobilização desde as primeiras horas da manhã na Esplanada dos Ministérios, com servidores de várias partes do país. Ao meio-dia, acontece a concentração no pátio do Museu Nacional e às 14h, uma grande passeata que dará visibilidade à luta contra a PEC 32.
Sérgio Nobre explica que a luta em defesa do serviço público é de todos e todas porque assim como as outras pautas afeta toda a classe trabalhadora. “Todas as nossas pautas mais urgentes como a luta contra as privatizações, em defesa do auxílio emergencial de R$ 600, por vacina já para todos e todos, em defesa do emprego, contra a carestia e a inflação, estão interligadas com a luta dos servidores porque afetam diretamente os trabalhadores”.
“Por isso, o dia 18 é um dia de mobilização nacional e em apoio à greve dos servidores contra a reforma Administrativa, que é ruim para o Brasil e para o povo brasileiro”, acrescenta Sérgio Nobre.
Segundo o presidente da CUT, as centrais sindicais já estão organizando os trabalhadores das diversas categorias para realizar atos, panfletagens, carreatas e até mesmo protestos, a exemplo das manifestações anteriores, que somadas levaram milhões de brasileiros às ruas contra a política do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), de desmonte do Estado e desrespeito à vida.
Sérgio Nobre afirma que é urgente a necessidade de o Brasil sair do caos em que se encontra, de negacionismo científico e econômico, já que o governo federal negligencia o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, que resultou na morte de mais de 556.886 mil brasileiros, e também o combate ao desemprego, que atinge quase 15 milhões de pessoas no país, à fome, que já atinge mais de 25 milhões de brasileiros e à inflação que penaliza os trabalhadores mais pobres.
“A situação do desemprego é chocante. Hoje temos 177 milhões de brasileiros em idade de trabalhar, mas somente 86 milhões estão ocupados. Quase 15 milhões estão desempregados. A maioria dos ocupados está trabalhando em empregos precários, fazendo bicos. Só 30 milhões têm carteira assinada”, pontua o presidente da CUT, se referindo aos últimos dados da Pnad do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na sexta-feira (30).
Para Sérgio, o desemprego, a subocupação, o desalento, a informalidade e precarização no mercado de trabalho são fatores que além de deteriorar a qualidade de vida dos trabalhadores, também impede que o Brasil volte a se desenvolver - crescer economicamente.
Também pauta da mobilização do dia 18, a luta contra as privatizações denuncia os prejuízos e riscos iminentes com a entrega de riquezas e patrimônios públicos ao capital privado. São as empresas públicas estratégicas para o desenvolvimento do Brasil como a Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Federal, Correios, entre outras.
Sérgio Nobre cita como exemplo a privatização da Eletrobras, já aprovada e que, de acordo com vários especialistas, permitirá um aumento de até 14% nas contas de luz, além dos riscos de apagões, já que empresas privadas priorizam lucro acima de tudo e não têm compromisso em manter bom funcionamento do sistema.
No Amapá, em novembro do ano passado, um incêndio ocasionado por falta de manutenção em uma subestação de energia elétrica pertencente a empresa privada ISOLUX deixou 13 dos 16 municípios do estado sem energia elétrica durante vários dias.
Também no dia 18, movimentos sociais que integram a Frente Fora Bolsonaro, farão atos em apoio à mobilização, exigindo o fim do governo de Bolsonaro. Para Sérgio Nobre, a unidade em torno das pautas é fundamental. “Se a gente quer emprego, renda, o fim das privatizações, quer derrotar a reforma Administrativa; se a gente quer vacina já, se a gente que viver decentemente, Bolsonaro tem que sair”, diz o presidente da CUT.
E no dia em que se celebra a independência do Brasil, 7 de setembro, quando tradicionalmente, os movimentos sociais promovem o Grito do Excluídos, este ano será realizado mais um ato #ForaBolsonaro.
Sérgio Nobre afirma que “a classe trabalhadora vai reforçar o Grito dos Excluídos com atos pelo emprego, pela democracia e pelo ‘Fora, Bolsonaro’.
Nas últimas quinta e sexta-feira (29 e 30/07), servidores das três esferas – municipal, estadual e federal – se reuniram virtualmente no Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público - Contra a PC 32, que teve como propósito principal traçar a estratégia de guerra contra a reforma Administrativa.
Entre as várias ações está a construção da greve do setor público no Dia 18 de agosto, Dia Nacional de Mobilização da Classe Trabalhadora. A categoria se reúne já a partir desta semana em assembleias para organizar o movimento que fará parte da mobilização em todo o país.
Também parte da estratégia para derrubar a proposta de reforma Administrativa, serão feitas ações para mobilizar vereadores e deputados estaduais com audiências públicas nas Câmaras e Assembleias Legislativas, além de moções contrárias à PEC. Entidades também farão visitas a prefeitos e governadores para reforçar o posicionamento contrário à PEC 32.
A pressão também será feira no centro do poder, sobre deputados federais, para que rejeitem à proposta, por meio das redes sociais, pela ferramenta Na Pressão, e por meio de campanhas nas bases eleitorais dos parlamentares (estados e municípios), denunciando tanto os prejuízos da PEC 32 como os deputados que votam contra o serviço público.
A luta contra a reforma Administrativa também contará com campanhas em meios de comunicação e nas mídias sociais.
A luta dos servidores públicos contra a reforma Administrativa não é somente em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, mas acima de tudo, em defesa do serviço público que será duramente prejudicado. A afirmação é de Pedro Armengol, diretor da CUT e da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
“A reforma Administrativa é muito mais danosa à população do que aos próprios servidores. Na essência, a PEC 32 vai reduzir a capacidade do Estado em políticas públicas básicas como saúde, saneamento e educação. Tudo isso vai para o setor privado que não vai prestar serviço gratuito. Só quem pode pagar vai ter acesso e a maioria da população não tem dinheiro para pagar”, diz Armengol.
Todos os prejuízos contidos na PEC 32 e os motivos para combater à reforma Administrativa foram detalhados no Manifesto do Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Serviço Público. Veja a íntegra aqui
De acordo com o manifesto, o desafio para o movimento sindical é rebater o discurso de que a reforma não afetará os atuais servidores públicos, dialogando e informando os trabalhadores sobre os efeitos nefastos e atuando no Congresso Nacional durante a tramitação e votação da PEC.
“Mais do que isso, construir fortes mobilizações para levar esse debate a toda a sociedade, na medida em que a precarização dos vínculos de trabalho no serviço público deverá levar a uma série de comprometimentos no atendimento aos trabalhadores e trabalhadoras em suas demandas sociais”, diz trecho do documento.
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